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A Jornada

Todos os seres humanos que, em algum momento de suas vidas, começam a questionar as razões de seu sofrimento e a desejar um meio de libertar-se dele, são chamados de buscadores.

Isto porque a busca de uma resposta para esta questão passa a ocupar um lugar central em suas vidas. Ao serem tomados por esta necessidade, serão capazes de ir até os confins do mundo, se necessário for, para encontrar alguém que lhes sirva de guia nesta jornada.

E, invariavelmente, os mestres que encontrarem ao longo do caminho, se forem de fato verdadeiros, lhes dirão que a resposta se encontra dentro deles. A procura exterior é apenas o início do processo, mas sem que ocorra o movimento inverso, nada poderá ser alcançado.

Para aqueles que anseiam por fórmulas prontas, que lhes forneçam uma solução imediata para suas angústias, essa é uma resposta bastante frustrante.

Indagam-se por onde começar uma viagem que, a princípio, não sabem onde vai dar. Estas questões são comumente colocadas pela mente, pois é ela quem sempre tenta nos manter prisioneiros da razão, apenas aceitando aquilo que pode ser visto, tocado ou comprovado pela ciência.

Entretanto, a percepção interior é uma realidade para aqueles que iniciaram a jornada em busca da verdade acerca de si e da existência. Ela prescinde da mente, pois tem sua base na intuição, o canal através do qual nosso eu espiritual se manifesta.

A sabedoria, - que leva à paz e a um estado isento de angústia e ansiedade -, só pode ser alcançada através da paciência e da vontade. Sem estes atributos, desistimos antes mesmo de começar a jornada.

Elisabeth Cavalcante

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