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Showing posts from January, 2011

Odes de Ricardo Reis [01/07/1916]

Segue o teu destino, rega as tuas plantas, ama as tuas rosas. O resto é a sombra de árvores alheias. A realidade sempre é mais ou menos do que nós queremos. Só nós somos sempre iguais a nós-próprios. Suave é viver só. Grande e nobre é sempre viver simplesmente. Deixa a dor nas aras como ex-voto aos deuses. Vê de longe a vida. Nunca a interrogues. Ela nada pode dizer-te. A resposta está além dos deuses. Mas serenamente imita o Olimpo no teu coração. Os deuses são deuses porque não se pensam. Fernando Pessoa

[Entrevista] O Amor Não é Cego

Folha - O que significa amar de olhos abertos? Jorge Bucay - Gosto de uma definição que diz que o amor é a simples alegria pela existência do outro. Não é possessão, nem felicidade necessariamente. E por isso "com os olhos abertos". O amor cego não aceita o outro verdadeiramente como ele é. Folha - Por que tanta gente prefere a intensidade da paixão, mesmo sabendo que é efêmera, a construir algo mais sólido? Jorge Bucay - É maravilhoso estar apaixonado e muitos preferem a intensidade superficial à profundidade eterna. Mas me pergunto como as pessoas pensam em ficar somente nisso. Qual o sentido de estar apaixonado perdidamente o tempo todo? Penso que é uma questão de maturidade. Também tem a ver com a nossa sociedade, que adora emoções intensas. Procuramos correr mais rápido, chegar antes, desfrutar intensamente. A paixão é como uma droga: no seu momento fugaz faz pensar que você é feliz e não precisa de mais nada. Um olhar, uma palavra te levam aos melhores lugares. Folha