Skip to main content

Chega de Drama

Às vezes eu me pego pensando, como é que eu cheguei tão longe em minha carreira sendo “tão cruel” com meus clientes? Humm, como assim cruel, você deve estar pensando! A maioria dos psicólogos e coaches adota uma postura de “bonzinho”. Isso lhes garante mais clientes, por mais tempo. A grande maioria das pessoas não busca um psicólogo ou coach para “resolver problemas”, o que elas querem é alguém que as escute com atenção e no final diga empaticamente “nossa, você passou por tudo isso?” ; “você está certo!” ; “eu também me sentiria assim se tivesse passado por isso”… Validação é o que as pessoas buscam, não solução!

Agora, eu não estou disposto a dar validação para ninguém. Minha paixão e missão de vida é ajudar sinceramente as pessoas a olharem para suas vidas com honestidade sem se esconderem de nada e a partir daí crescerem de verdade. Para isso no entanto, eu preciso ser cruel! Minha terapia é conhecida como “impacto terapia”!

Você sabe que segundo as leis da física, tudo no universo tende a permanecer em inércia até que um impulso mude o direcionamento e movimento do objeto. É incrível como nós seres humanos também obedecemos à mesma lei! A vantagem é que nós podemos nos auto-impulsionar, não precisamos que o estímulo seja externo. O grande problema é que em algum ponto da nossa história - ou será que sempre foi assim? - nós começamos a acreditar que “algo” precisa nos impulsionar, algo de fora, precisamos encontrar a motivação, precisamos encontrar uma razão para sairmos da inércia, do contrário, ficamos lá quietinhos, sem fazer barulho.

O problema é que ao ficarmos parados, nós começamos a “afundar”. Nossos problemas começam a nos engolir, nossa realidade parece insuportável, olhamos em volta e tudo o que sentimos é frustração, medo, ansiedade, descaso. Começamos então a buscar os culpados por essa situação. Seria o governo? Seria Deus? Seria meu cônjuge? Seriam meus pais que não me preparam adequadamente para a vida que hoje tenho que enfrentar? Seria meu chefe que insiste em pegar no meu pé e tornar a minha vida profissional um inferno? E nessa turbulência toda, tudo o que queremos é que alguém passe a mão em nossa cabeça e aponte certeiramente o culpado, nos tranquilizando e dizendo que tudo vai passar. Vamos então procurar um profissional que faça isso bem feito!

E é aí que eu entro! Se você já é meu leitor há algum tempo, você sabe o que eu faço! Eu não passo a mão na cabeça não! Meu objetivo é AJUDAR de fato meu cliente, não afundá-lo ainda mais em seu emaranhado de dramas. E meu dedo aponta para ele quando eu identifico “o culpado”. Ninguém é responsável por sua vida além de você mesmo, você sabe disso, não sabe? Isso já chega até a ser um clichê! É uma daquelas frases que de tanto serem repetidas ninguém mais sabe o que significa!

Ah, e não, não é diferente no “seu caso”! Se você quer resolver seus problemas de fato e construir uma vida de RESULTADOS, você precisa parar com o drama. As coisas são simples e lógicas, quem complica somos nós mesmos. A hora que você conseguir olhar para seus problemas com frieza e analisá-los sem envolvimento emocional e sem culpar ninguém ou algo externo, você estará avançando.

John Mackenzie

Comments

Popular posts from this blog

Pra Rua Me Levar* - e Divagações**

“Não vou viver como alguém que só espera um novo amor,  há outras coisas no caminho onde eu vou.  Às vezes ando só trocando passos com a solidão,  momentos que são meus e que não abro mão.” O que é o tão descrito amor e quais os sentimentos que ele envolve? As pessoas hoje em dia confundem muito – e talvez nem saibam – o que de fato representa o amor. Sem respeito, admiração, companheirismo, cumplicidade, alegria, realização e tantos outros detalhes, o amor nunca pode acontecer plenamente dentro de alguém. Por isso mesmo, o amor compreende muito mais que um único sentimento na vida das pessoas e nunca pode andar divorciado de outras ações. Existem momentos em que somos forçados a andar sozinhos - trocar passos com a solidão. Não porque queremos, mas porque não existe outra opção. Essa caminhada acaba sendo necessária, mesmo porque, a solidão não deve assustar e nem comprometer o sono: Passado algum tempo de aprendizado você passa a se conhecer, aceitar e ser feliz, independente de

O Lado Fatal

I Quando meu amado morreu, não pude acreditar: andei pelo quarto sozinha repetindo baixo: "Não acredito, não acredito." Beijei sua boca ainda morna, acarinhei seu cabelo crespo, tirei sua pesada aliança de prata com meu nome e botei no dedo. Ficou larga demais, mas mesmo assim eu uso. Muita gente veio e se foi. Olharam, me abraçaram, choraram, todos com ar de incrédula orfandade. Aquele de quem hoje falam e escrevem (ou aos poucos vão-se esquecendo) é muito menos do que este, deitado em meu coração, meu amante e meu menino ainda. II Deus (ou foi a Morte?) golpeou com sua pesada foice o coração do meu amado (não se vê a ferida, mas rasgou o meu também). Ele abriu os olhos, com ar deslumbrado, disse bem alto meu nome no quarto de hospital, e partiu. Quando se foram também os médicos e sua máquinas inúteis, ficamos sós: a Morte (ou foi Deus?) o meu amado e eu. Enterrei o rosto na curva do seu ombro como sempre fazia, disse as palavras de amor que costumávamos trocar. O silêncio

La Marioneta de Trapo

Se, por um instante, Deus se esquecesse de que sou uma marionete de trapo e me presenteasse com um pedaço de vida, possivelmente não diria tudo o que penso, mas, certamente, pensaria tudo o que digo. Daria valor às coisas, não pelo que valem, mas pelo que significam. Dormiria pouco, sonharia mais, pois sei que a cada minuto que fechamos os olhos, perdemos sessenta segundos de luz. Andaria quando os demais parassem, acordaria quando os outros dormem. Escutaria quando os outros falassem e gozaria um bom sorvete de chocolate. Se Deus me presenteasse com um pedaço de vida, vestiria simplesmente, me jogaria de bruços no solo, deixando a descoberto não apenas meu corpo, como minha alma. Deus meu, se eu tivesse um coração, escreveria meu ódio sobre o gelo e esperaria que o sol saísse. Pintaria com um sonho de Van Gogh sobre estrelas um poema de Mario Benedetti e uma canção de Serrat seria a serenata que ofereceria à Lua. Regaria as rosas com minhas lágrimas para sentir a dor dos espinhos