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Showing posts from July, 2011

Ela Morreu de Amor

Como Amy Winehouse traduziu a alma feminina em suas canções e suas loucuras Amy Winehouse era uma garota aterrorizada pela solidão. Seus trejeitos trôpegos e atitudes agressivas escondiam a urgência sanguínea em ser amada. Profundamente. Desejava, mais do que tudo, alguém que a protegesse. Frágil, dependia dos olhos do outro para enxergar-se. De maneira exacerbada, Amy é a representação da alma feminina: existir só tem sentido se houver amor. Para mulheres presas nos movediços bastiões do romantismo, como ela, amar é conviver com uma dor aguda e contínua. A impossibilidade de partilhar a sensação de ter o peito esmagado num desespero negro. Não há cura: por mais que bebam, cheirem ou se dopem, jamais encontrarão o inexistente remédio para a angústia de existir. A cantora buscava no amor a sensação fugaz de ser salva, divina e suavemente resgatada do oceano de tristezas vindouras, protegida da falta de sentido. Sua relação com Blake Fielder-Civil, seu ex-marido, foi uma partilha de somb

Meu filho, você não merece nada

A crença de que a felicidade é um direito tem tornado despreparada a geração mais preparada Ao conviver com os bem mais jovens, com aqueles que se tornaram adultos há pouco e com aqueles que estão tateando para virar gente grande, percebo que estamos diante da geração mais preparada – e, ao mesmo tempo, da mais despreparada. Preparada do ponto de vista das habilidades, despreparada porque não sabe lidar com frustrações. Preparada porque é capaz de usar as ferramentas da tecnologia, despreparada porque despreza o esforço. Preparada porque conhece o mundo em viagens protegidas, despreparada porque desconhece a fragilidade da matéria da vida. E por tudo isso sofre, sofre muito, porque foi ensinada a acreditar que nasceu com o patrimônio da felicidade. E não foi ensinada a criar a partir da dor. Há uma geração de classe média que estudou em bons colégios, é fluente em outras línguas, viajou para o exterior e teve acesso à cultura e à tecnologia. Uma geração que teve muito mais do que seus

O Poder das Palavras

Quando entenderemos o poder e a influência das palavras? Até quando sabotaremos nossas vidas negligenciando o que é realmente importante??

Amar é Punk

"Depois de anos escrevendo sobre querer alguém que me tire o chão, me roube o ar, eu venho humildemente me retificar: Eu quero alguém que divida o chão comigo! Eu quero alguém que traga fôlego. [...]Paixão é pros fracos. Mas amar - ah, o amor -, amar é punk." Fernanda Mello Publicitária, Escritora e Compositora

A Doença de Ser Normal

Com medo da liberdade, preferimos aderir à manada Na semana passada, li uma entrevista do professor José Hermógenes de Andrade Filho, uma lenda no mundo da ioga no Brasil. No texto, ele conta ter criado uma palavra – “normose” – para dar conta daquele que talvez seja o grande mal do homem contemporâneo. “Normose” seria a “doença de ser normal”. O professor explica: “Como diz o título de um documentário que fizeram sobre mim: ‘Deus me livre de ser normal!’. Pois, na dita normalidade em que vivemos, somos constantemente alimentados pelo que nos aliena de nós. Com isso, perdemos a noção das coisas, do sentido de nossa vida, deixando que o mundo interfira muito mais do que deveria. (...) Essa normalidade nunca esteve tão distante da verdade”. A entrevista faz parte de uma coletânea de boas conversas com pessoas ligadas ao universo da espiritualidade – não necessariamente religiosa – no Brasil e no mundo, escrito em dois volumes pelo jornalista mineiro Lauro Henriques Jr., com o título “Pal

Cuidado - Essa é a Sua Vida!

“Homens não são fiéis ou encontram a mulher de suas vidas. Apenas ficam velhos e com preguiça." Sou contra qualquer tipo de generalização. Acho que instituições ou grupos não podem ser colocados em uma embalagem com código de barras e armazenados em prateleiras. A grande diversificação de pensamentos e valores produz um universo infinito de homens completamente diferentes. Se fosse escrever um livro baseado em experiências pessoais acerca dos relacionamentos que vivi e o publicasse como se fosse uma regra geral, sei que meus conselhos não serviriam para aqueles leitores que possuem o mínimo senso crítico. Mas para aqueles perdidos e fragilizados que buscam soluções rápidas e prontas, seria um perigo. Grandes pensadores e influenciadores da humanidade não escreveram sobre si, mas sobre o que observavam ao seu redor durante anos. Classifico como hilária a frase que inicia esse texto e ela está assinada por uma escritora e roteirista que teve sua opinião divulgada n

O Amor é Facinho

Há conversas que nunca terminam e dúvidas que jamais desaparecem sobre a melhor maneira de iniciar uma relação, por exemplo. Muita gente acredita que aquilo que se ganha, com facilidade se perde do mesmo jeito. Acham que as relações que exigem esforço têm mais valor. Mulheres difíceis de conquistar, homens difíceis de manter, namoros que dão trabalho - esses tendem a ser mais importantes e duradouros. Mas será verdade? Eu suspeito que não. Acho que somos ensinados a subestimar quem gosta de nós. Se a garota na mesa ao lado sorri em nossa direção, começamos a reparar nos seus defeitos. Se a pessoa fosse realmente bacana não me daria bola assim de graça. Se ela não resiste aos meus escassos encantos é uma mulher fácil – e mulheres fáceis não valem nada, certo? O nome disso, damas e cavalheiros, é baixa auto-estima: não entro em clube que me queira como sócio. É engraçado, mas dói. Também somos educados para o sacrifício. Aquilo que ganhamos sem suor não tem valor. Somos uma sociedade de