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Showing posts from April, 2010

Atire a Primeira Flor

Quando tudo parecer caminhar errado, seja você a tentar o primeiro passo certo;  Se tudo parecer escuro, se nada puder ser visto, acenda você a primeira luz, traga para a treva, você primeiro, a pequena lâmpada; Quando todos estiverem chorando, tente você o primeiro sorriso; talvez não na forma de lábios sorridentes, mas na de um coração que compreenda, de braços que confortem; Se a vida inteira for um imenso não, não pare você na busca do primeiro sim, ao qual tudo de positivo deverá seguir-se; Quando ninguém souber coisa alguma, e você souber um pouquinho, seja o primeiro a ensinar, começando por aprender você mesmo, corrigindo-se a si mesmo; Quando alguém estiver angustiado à procura, consulte bem o que se passa, talvez seja em busca de você mesmo que este seu irmão esteja; Daí, portanto, o seu deve ser o primeiro a aparecer, o primeiro a mostrar-se, primeiro que pode ser o único e, mais sério ainda, talvez o último; Quando a terra estiver seca, que sua mão seja a pr

Navegue

Navegue, descubra tesouros, mas não os tire do fundo do mar, o lugar deles é lá. Admire a lua, sonhe com ela, mas não queira trazê-la para a terra. Curta o sol, se deixe acariciar por ele, mas lembre-se que o seu calor é para todos. Sonhe com as estrelas, apenas sonhe, elas só podem brilhar no céu. Não tente deter o vento, ele precisa correr por toda parte, ele tem pressa de chegar sabe-se lá onde. Não apare a chuva, ela quer cair e molhar muitos rostos, não pode molhar só o seu. As lágrimas? Não as seque, elas precisam correr na minha, na sua, em todas as faces. O sorriso! Esse você deve segurar, não deixe-o ir embora, agarre-o! Quem você ama? Guarde dentro de um porta-joias, tranque, perca a chave! Quem você ama é a maior joia que você possui, a mais valiosa. Não importa se a estação do ano muda, se o século vira, se o milênio é outro, se a idade aumenta; conserve a vontade de viver, não se chega à parte alguma sem ela, Abra todas as janelas que encontrar, e as portas també

O Amor

Sempre que pensamos na palavra amor, ela nos remete imediatamente a algo bom, que nos nutre e preenche interiormente de modo absoluto. Entretanto, ele tem sido também, fonte de sofrimento para a maioria das pessoas. Se o amor é algo tão belo e sublime, qual a razão de vivenciarmos tantas experiências de dor? Certamente por que estamos presos a uma visão do amor que se dá unicamente na dimensão do ego, aquela parte de nós que se apoia na crença de que nossa segurança interior só será alcançada através do outro. O medo da perda pelo abandono ou a rejeição é um fantasma permanentemente presente na mente dos apaixonados, ainda que eles estejam na fase da felicidade total, quando nada mais parece existir no mundo além da pessoa amada. Mesmo nesse estágio, o medo está ali, presente, pois basta um pequeno acontecimento e, imediatamente, ele se instalará para abalar a confiança de que eles são verdadeiramente amados. Ainda que o amor nos traga toda esta incerteza, continuamos ansiando por

Pontuando a Existência

Todos nós estudamos pontuação na escola. Abra a gramática e as regras estarão lá. Estava pensando aqui: as pessoas são como sinais de pontuação. Há pessoas pontos, que têm seus conceitos e não mudam de opinião. É aquilo e pronto. Ponto. Inútil discutir. Os pontos são irredutíveis, uns cabeças-duras. Pelos menos os pontos parágrafos. Os pontos seguidos são mais flexíveis. Com uma boa argumentação são capazes de se dobrar para continuar a vida sem muito sofrimento. Ambos se opõem aos vírgulas. Os vírgulas são bon vivants . Para eles, o mundo não pode esperar. Querem continuar, seguir, viver, deixar a vida correr. Vão na onda do momento, no fluxo. Enquanto os pontos param, os vírgulas seguem. Sempre. Entre os dois, há os ponto-e-vírgulas. Nem tão teimosos quantos os pontos, nem tão impetuosos quanto os vírgulas, os ponto-e-vírgulas seguem o curso da vida, mas fazem pausas estratégicas para respirar, tomar fôlego, fazer ajustes finos. Os ponto-e-vírgulas não estagnam, pois é preciso

O Perigo do Pão

Pesquisas sobre o pão indicam que: 1. 100% dos consumidores de pão acabam MORTOS; 2. 98,3% dos presidiários que cumprem pena por crimes violentos, são usuários de pão; 3. 85,2% de todos os alunos do ensino médio que obtém resultados insatisfatórios nas provas, consomem pão diariamente; 4. No século XVIII, quando todo o pão era preparado nas próprias residências, a expectativa de vida média era de menos de 50 anos. As taxas de mortalidade infantil eram absurdamente elevadas, muitas mulheres morreram no parto e doenças tais como a febres, tifóide, amarela, e surtos de gripe dizimaram cidades inteiras; 5. 92,7% dos crimes violentos são cometidos dentro de 24 horas depois da ingestão de pão; 6. O pão é feito basicamente de farinha de trigo. Está provado que menos de 500 gramas de farinha de trigo são suficientes para sufocar um rato. O indivíduo médio, que consome em média dois pães de cinquenta gramas por dia, terá ingerido no final do mês farinha suficiente para ter matado seis rat

A Verdade Sobre Romeu e Julieta

Sabem porque Romeu e Julieta são ícones do amor? São falados e lembrados, atravessaram os séculos incólumes no tempo, se instalando no mundo de hoje como casal modelo de amor eterno? Porque morreram e não tiveram tempo de passar pelas adversidades que os relacionamentos estão sujeitos pela vida afora. Senão provavelmente Romeu estaria hoje com a Manoela e Julieta com o Ricardão. Romeu nunca traiu a Julieta numa balada com uma loira linda e siliconada motivado pelo impulso do álcool. Julieta nunca ficou 5 horas seguidas esperando Romeu, fumando um cigarro atrás do outro, ligando incessantemente para o celular dele que estava desligado. Romeu não disse para Julieta que a amava, que era especial e depois sumiu por semanas. Julieta não teve a oportunidade de mostrar para ele o quanto ficava insuportável na TPM. Romeu não saía sexta feira à noite para jogar futebol com os amigos e só voltava às 6 horas da manhã bêbado e com um sutiã perdido no meio da jaqueta - que não era da Julieta.

Meus Secretos Amigos

Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos. Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles. A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor, eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade. E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos! Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências... A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida. Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles. Eles não iriam acreditar. Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos. Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure. E à

Namorofobia

A praga da década são os namorofóbicos. Homens - e mulheres - estão cada vez mais arredios ao título de namorado, mesmo que, na prática, namorem. Uma coisa muito estranha. Saem, fazem sexo, vão ao cinema, frequentam as respectivas casas, tudo numa frequência de namorados, mas não admitem. Tem alguns que até têm o cuidado de quebrar a constância só para não criar jurisprudência, como se diria em juridiquês. Podem sair várias vezes numa semana, mas aí tem que dar um intervalo regulamentar, que é para não parecer namoro. - É tua namorada? - Não, a gente tá ficando. Ficando aonde, cara pálida? Negam o namoro até a morte, como se namoro fosse casamento, como se o título fizesse o monge; como se namorar fosse outorgar um título de propriedade. Devem temer que ao chamar de namorada(o) a criatura se transforme numa dominadora sádica, que vai arrastar a presa para o covil, fazer enxoval, comprar alianças, apresentar para a parentada toda e falar de casamento - não vai. Não a menos que seja

Efeito Borboleta

“Felizmente não sabemos nada a respeito das coisas que chegam muito perto de nós e nossas vidas e passam sem nos afetar. Se soubéssemos das muitas possibilidades de mudar nosso destino, nossa vida seria excessivamente cheia de esperanças e medos, surpresas e decepções, o que certamente não nos permitiria ter um minuto sequer de paz”. Assim Nathaniel Hawthorne começa e termina o conto “David Swan”, a história de um rapaz que está viajando a pé de uma cidade a outra. No meio da viagem, cansado, David dorme na grama ao lado da estrada. Muitas pessoas passam por ele durante o sono. Um pastor achou que estivesse bêbado e acaba usando o que viu como exemplo na pregação do domingo, citando os devastadores efeitos do álcool. Um casal de idosos pensou em adotá-lo para que herdasse sua fortuna, já que não tinha filhos. Ladrões por pouco não concretizam um assalto, em que, inclusive, haviam planejado matá-lo se reagisse. David acorda e segue a viagem sem dar conta de tudo que havia passado e que

Normose

Lendo uma entrevista do professor Hermógenes, 86 anos, considerado o fundador da ioga no Brasil, ouvi uma palavra inventada por ele que me pareceu muito procedente: ele disse que o ser humano está sofrendo de normose, a doença de ser normal. Todo mundo quer se encaixar num padrão. Só que o padrão propagado não é exatamente fácil de alcançar. O sujeito "normal" é magro, alegre, belo, sociável, e bem-sucedido. Quem não se "normaliza" acaba adoecendo. A angústia de não ser o que os outros esperam de nós gera bulimias, depressões, síndromes do pânico e outras manifestações de não enquadramento. A pergunta a ser feita é: quem espera o que de nós? Quem são esses ditadores de comportamento a quem estamos outorgando tanto poder sobre nossas vidas? Eles não existem. Nenhum João, Zé ou Ana bate à sua porta exigindo que você seja assim ou assado. Quem nos exige é uma coletividade abstrata que ganha "presença" através de modelos de comportamento amplamente divulgados

Emagrecer... A Alma

Fui almoçar num restaurante simples. Olhei e vi na mesa um adoçante. De repente me dei conta da onipresença do discurso light. São revistas falando em ser esbelto, clínicas lotadas de gente para lipoaspirar. A sociedade conspira a favor da magreza. Havia na mesa ao lado um casal. Ele, vermelho de raiva. Ela, azul de fome. Haviam chegado há algum tempo e nada da comida. A cada minuto, o vermelho espumava e reclamava por causa da demora de sua carne. Teve uma hora que se zangou e mandou cancelar tudo e trazer a conta, xingando a garçonete. De repente, a carne chegou. Ele reclamou que já não era sem tempo. Depois, reclamou porque foi servida numa tábua. Por fim, reclamou porque estava mal passada. Tudo em num showzinho ridículo. Foi aí que eu fiz a conexão: tem suco light, maionese light, chocolate light. Mas não vejo ninguém fazendo a mesma pressão para generalizar outro tipo de dieta igualmente necessária: a pessoa light. Muitos fazem tudo para ser magro. Poucos se esforçam para ser

Rédeas do Tempo

O tempo gosta de nos ensinar algumas coisas quando já estamos ficando velhos. Inteligente é quem usa o aprendizado para melhorar a qualidade de vida. Triste de quem não aprende com a trilha da própria existência. Entre algumas lições, aprendi, com a meia idade, que amor bom é o amor manso . Nada de ciúmes desgastadores, brigas agressivas, dormir sem se falar. Nenhum amor vale a pena se o sofrimento é maior do que o sorriso manhoso e cúmplice da companhia escolhida. A paixão, ao contrário do que andam pregando por aí, não é agoniada, rápida, falta de controle. A paixão mesmo, que os mais velhos conhecem, é tranquila, se demora, é dirigida e digerida. A paixão é materialização do amor real. Mas por que só se aprende isso depois de certo tempo? O senhor tempo me ensinou também a entender a história. Um dia já fui possessivo, insuportável. Queria saber tudo de todos, controlar o mundo. Ser eu a escrever os textos alheios. Hoje, se sei o suficiente para ser feliz, agradeço ao bom Deus a

Segredos de Beleza de Uma Mulher

Para ter lábios atraentes, diga palavras doces. Para ter olhos belos, procure ver o lado bom das pessoas. Para ter um corpo esguio, divida sua comida com os famintos. Para ter cabelos bonitos, deixe uma criança passar seus dedos por eles pelo menos uma vez por dia. Para ter boa postura, caminhe com a certeza de que nunca andará sozinho. Pessoas, muito mais que coisas, devem ser restauradas, revividas, resgatadas e redimidas; jamais jogue alguém fora. Lembre-se que, se alguma vez precisar de uma mão amiga, você a encontrará no final do seu braço. Ao ficarmos mais velhos, descobrimos porque temos duas mãos, uma para ajudar a nós mesmos, a outra para ajudar o próximo. A beleza de uma mulher não está nas roupas que ela veste, nem no corpo que ela carrega, ou na forma como penteia o cabelo. A beleza de uma mulher deve ser vista nos seus olhos, porque esta é a porta para seu coração, o lugar onde o amor reside. A beleza de uma mulher não está na expressão facial, mas a verdadeira bel

Se

Se és capaz de manter a tua calma quando todo mundo em teu redor já a perdeu e te culpa; de crer em ti quando estão todos duvidando e para esses, no entanto, achar uma desculpa... Se és capaz de esperar sem te desesperares, ou, enganado, não mentir ao mentiroso, ou, sendo odiado, sempre ao ódio te esquivares e não parecer bom demais, nem pretensioso... Se és capaz de: Sonhar - sem fazer dos sonhos teus senhores;  Pensar - sem que só a isso te atire;  Encontrando a desgraça e o triunfo, conseguires tratar da mesma forma a estes dois impostores... Se és capaz de sofrer a dor de ver mudadas em armadilhas as verdades que disseste e as coisas porque deste a vida, estraçalhadas, e refazê-las com o bem pouco que te reste... Se és capaz de arriscar numa única parada tudo quanto ganhaste em toda a tua vida, e perder e, ao perder, sem nunca dizer nada, resignado, tornar ao ponto de partida... De forçar coração, nervos, músculos, tudo, a dar seja o que for que neles ainda existe, e a per

Quase

Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase . É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga; quem quase passou ainda estuda; quem quase morreu está vivo; quem quase amou não amou... Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas ideias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono. Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor: está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados.  Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo,

Pedido de Demissão

Venho por meio deste, apresentar oficialmente meu pedido de demissão da categoria dos adultos. Resolvi que quero voltar a ter as responsabilidades e as ideias de uma criança de oito anos no máximo. Quero acreditar que o mundo é justo e que todas as pessoas são honestas e boas. Quero acreditar que tudo é possível. Quero que as complexidades da vida passem desapercebidas por mim e quero ficar encantada com as pequenas maravilhas deste mundo. Quero de volta uma vida simples e sem complicações. Cansei dos dias cheios de computadores que falham, montanha de papeladas, notícias deprimentes, contas a pagar, fofocas, doenças e necessidade de atribuir um valor monetário a tudo o que existe. Não quero mais ter que inventar jeitos para fazer o dinheiro chegar até o dia do próximo pagamento. Não quero mais ser obrigada a dizer adeus às pessoas queridas e, com elas, a uma parte da minha vida. Quero ter a certeza de que Deus está no céu e que, por isso, tudo está direitinho nesse mundo. Quero

La Marioneta de Trapo

Se, por um instante, Deus se esquecesse de que sou uma marionete de trapo e me presenteasse com um pedaço de vida, possivelmente não diria tudo o que penso, mas, certamente, pensaria tudo o que digo. Daria valor às coisas, não pelo que valem, mas pelo que significam. Dormiria pouco, sonharia mais, pois sei que a cada minuto que fechamos os olhos, perdemos sessenta segundos de luz. Andaria quando os demais parassem, acordaria quando os outros dormem. Escutaria quando os outros falassem e gozaria um bom sorvete de chocolate. Se Deus me presenteasse com um pedaço de vida, vestiria simplesmente, me jogaria de bruços no solo, deixando a descoberto não apenas meu corpo, como minha alma. Deus meu, se eu tivesse um coração, escreveria meu ódio sobre o gelo e esperaria que o sol saísse. Pintaria com um sonho de Van Gogh sobre estrelas um poema de Mario Benedetti e uma canção de Serrat seria a serenata que ofereceria à Lua. Regaria as rosas com minhas lágrimas para sentir a dor dos espinhos

O Paradoxo da Hiperconectividade*

Smartphones, notebooks, e-mails, Orkut, Twitter, sms, wap, myspace, web 2.0, ...ufa !!! Os tempos estão mais modernos do que nunca! Se pararmos para pensar que o telex só foi inventado em 1835, concluiremos que a era digital é mais apressadinha do que parece. Se as coisas continuarem como estão, já consigo imaginar: Trazer a pessoa amada em três dias é coisa do passado. Digite o número de seu cartão de crédito e receba um e-mail dela já ! Manhã de domingo. Como sempre, me dirijo à porta de casa para pegar o tão esperado jornal. No caderno de cultura, uma matéria falando sobre uma passeata batizada de “Movimento dos(as) Sem Namorado(a)”. Dentre os depoimentos, temos o de um autônomo de 31 anos. O encalhado mais famoso do momento fala que o Orkut dificultou ainda mais as relações. Segundo o próprio, o que o amor constrói, o Orkut destrói. Parece que as programações cerebrais não acompanharam as digitais. Talvez nossas mentes não estejam aptas a encarar explicitamente o fato de que nos

Que Ninguém Leia

O mundo gira. Tudo está em permanente mudança. As boas surpresas e os momentos mágicos costumam surgir quando menos se espera. É alimentar a paz no coração e se abrir para a vida. A energia que emana de um ser humano em paz com suas ações atua como qualquer corpo sólido: é magnética. Se você deseja, conseguirá. Agora, se você espera, que esta espera seja ao menos ativa. Sim, porque esperar o momento certo ou, simplesmente, aprender a “arte” de criar oportunidades requerem uma postura ativa de quem vai, seguramente, conseguir o que quer. Bem, essa é a vida real. Existem forças de todos os lados. Somos uma esfera que se encontra no centro de um verdadeiro puxa-empurra de influências. Família, trabalho, relacionamentos, objetivos, esperanças, perspectivas, etc, são ingredientes que se misturam em um grande liquidificador de decisões a tomar. O interessante é perceber que, se não fizermos nada, a própria vida fará por nós. O tempo passa e os acontecimentos se sucedem. Definitivamente, o

Como Agir...

Quando fazemos tudo para que nos amem e não conseguimos, resta-nos um último recurso: não fazer mais nada. Por isso, digo, quando não obtivermos o amor, o afeto ou a ternura que havíamos solicitado, melhor será desistirmos e procurar mais adiante os sentimentos que nos negaram.  Não fazer esforços inúteis, pois o amor nasce, ou não, espontaneamente, mas nunca por força de imposição.  Às vezes, é inútil esforçar-se demais, nada se consegue;outras vezes, nada damos e o amor se rende aos nossos pés.  Os sentimentos são sempre uma surpresa. Nunca foram uma caridade mendigada, uma compaixão ou um favor concedido.  Quase sempre amamos a quem nos ama mal, e desprezamos quem melhor nos quer.  Assim, repito, quando tivermos feito tudo para conseguir um amor, e falhado, resta-nos um só caminho:  O de mais nada fazer! Clarice Lispector

Eros e Psiquê

Conta a lenda que dormia Uma Princesa encantada A quem só despertaria Um Infante, que viria De além do muro da estrada Ele tinha que, tentado, Vencer o mal e o bem, Antes que, já libertado, Deixasse o caminho errado Por o que à Princesa vem. A Princesa adormecida, Se espera, dormindo espera, Sonha em morte a sua vida, E orna-lhe a fronte esquecida, Verde, uma grinalda de hera. Longe o Infante, esforçado, Sem saber que intuito tem, Rompe o caminho fadado, Ele dela é ignorado, Ela para ele é ninguém. Mas cada um cumpre o Destino - Ela dormindo encantada, Ele buscando-a sem tino Pelo processo divino Que faz existir a estrada. E, se bem que seja obscuro Tudo pela estrada fora, E falso, ele vem seguro, E vencendo estrada e muro, Chega onde em sono ela mora, E, inda tonto do que houvera, À cabeça, em maresia, Ergue a mão, e encontra hera, E vê que ele mesmo era A Princesa que dormia. Fernando Pessoa

Correr Riscos

Rir é correr risco de parecer tolo. Chorar é correr o risco de parecer sentimental. Estender a mão é correr o risco de se envolver. Expor seus sentimentos é correr o risco de mostrar seu verdadeiro eu. Defender seus sonhos e ideias diante da multidão é correr o risco de perder as pessoas. Amar é correr o risco de não ser correspondido. Viver é correr o risco de morrer. Confiar é correr o risco de se decepcionar. Tentar é correr o risco de fracassar. Mas os riscos devem ser corridos, porque o maior perigo é não arriscar nada. Há pessoas que não correm nenhum risco, não fazem nada, não têm nada e não são nada. Elas podem até evitar sofrimentos e desilusões, mas elas não conseguem nada, não sentem nada, não mudam, não crescem, não amam, não vivem. Acorrentadas por suas atitudes, elas viram escravas, privam-se de sua liberdade. Somente a pessoa que corre riscos é livre! Lucius Annaeus Seneca

O Valioso Tempo dos Maduros

Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para a frente do que já vivi até agora. Tenho muito mais passado do que futuro. Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de cerejas. As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.  Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflamados. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.  Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha. Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos.  Detesto fazer acareação de desafectos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário-geral do coral. "As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos". Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem

Uma Reflexão Sobre o Amor e a Vida

Às vezes as pessoas que amamos nos magoam, e nada podemos fazer senão continuar nossa jornada com nosso coração machucado. Às vezes nos falta esperança. Às vezes o amor nos machuca profundamente, e vamos nos recuperando muito lentamente dessa ferida tão dolorosa. Às vezes perdemos nossa fé, então descobrimos que precisamos acreditar, tanto quanto precisamos respirar ...é nossa razão de existir. Às vezes estamos sem rumo, mas alguém entra em nossa vida, e se torna o nosso destino. Às vezes estamos no meio de centenas de pessoas, e a solidão aperta nosso coração pela falta de uma única pessoa. Às vezes a dor nos faz chorar, nos faz sofrer, nos faz querer parar de viver, até que algo toque nosso coração, algo simples como a beleza de um pôr do sol, a magnitude de uma noite estrelada, a simplicidade de uma brisa batendo em nosso rosto - É a força da natureza nos chamando para a vida. Você descobre que as pessoas que pareciam ser sinceras e receberam sua confiança, te traíram sem qua

Percepções

Há momentos na vida da gente, que a gente se pergunta por que é que as coisas são assim. São nesses momentos, que paramos para refletir sobre o real sentido das coisas, descobrindo assim as certezas e as incertezas da vida que a gente vem carregando desde de sempre.  O interessante disso tudo, é que não é apenas questão de rever os principios, mas é questão de rever a sí mesmo, em quem você se tornou em como você interage com as pessoas. Se perguntar por que as coisas são assim não adianta em nada se você não demonstra pra você mesmo o seu brilho, a sua força, a sua garra, o seu carisma, o seu alto astral, o seu vigor, sua juventude.  Não basta apenas mostrar para você mesmo, você deve agarrar isso com tudo, e provar pra todo mundo do que você é capaz e como você se dispõe a encarar seu medos e seus tropeços de cabeça erguida, de peito aberto, sem medo, sem preceitos, sem esquecer de quem você realmente é e como você realmente gostaria de ser.  É com esse pensamento que você abre a

Desejos

Pois, desejo primeiro que você ame e que amando, também seja amado, E que se não o for, seja breve em esquecer e esquecendo, não guarde mágoa. Desejo, pois, que não seja só, mas que se for, saiba ser sem desesperar. Desejo também que tenha amigos e que, mesmo maus e inconsequentes, sejam corajosos e fiéis, E que em pelo menos um deles você possa confiar, que confiando, não duvide de sua confiança. E porque a vida é assim, desejo ainda que você tenha inimigos, nem muitos, nem poucos, mas na medida exata para que, algumas vezes, você se interpele a respeito de suas próprias certezas. E que entre eles haja pelo menos um que seja justo, para que você não se sinta demasiadamente seguro. Desejo, depois, que você seja útil, mas não insubstituivelmente útil, mas razoavelmente útil. E que nos maus momentos, quando não restar mais nada, essa utilidade seja suficiente para manter você de pé. Desejo ainda que você seja tolerante, não com os que erram pouco, porque isso é fácil, mas com os que e

Biológicas, Exatas e Desumanas

Não terei tempo de procurar na rede o nome do culpado pela divisão das disciplinas de educação em três vertentes, mas de alguma forma o conhecimento formal ficou dividido em ciências biológicas, ciências exatas e ciências humanas. Acho lindo que tudo seja tratado de forma cientifica e organizada mas temo que esta tripartição não tenha sido um bom negócio, especialmente hoje, vendo que duas pernas se desenvolveram e uma ficou atrofiada. O homem passeia em Marte com seu robô e envia imagens ao vivo, com exatidão tecnológica surpreendente. Aqui na Terra, clona-se seres vivos e as esperanças de cura se renovam com o desenvolvimento de pesquisas com células-tronco. O tripé do conhecimento desenvolveu pernas longas e bem torneadas para as exatas e biológicas. Infelizmente, com o crescimento das outras duas, a terceira perninha, as ciências humanas, que incluem coisas como a filosofia e a ética, ficou ali, atrofiada. E isso, tem tudo a ver com a crise humana do mundo atual. Estamos todos mai

Promessas Matrimoniais

Em maio de 98, escrevi um texto em que afirmava que achava bonito o ritual do casamento na igreja, com seus vestidos brancos e tapetes vermelhos, mas que a única coisa que me desagradava era o sermão do padre: "Promete ser fiel na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, amando-lhe e respeitando-lhe até que a morte os separe?" Acho simplista e um pouco fora da realidade. Dou aqui novas sugestões de sermões: - Promete não deixar a paixão fazer de você uma pessoa controladora, e sim respeitar a individualidade do seu amado, lembrando sempre que ele não pertence a você e que está ao seu lado por livre e espontânea vontade? - Promete saber ser amiga e ser amante, sabendo exatamente quando devem entrar em cena uma e outra, sem que isso lhe transforme numa pessoa de dupla identidade ou numa pessoa menos romântica? - Promete fazer da passagem dos anos uma via de amadurecimento e não uma via de cobranças por sonhos idealizados que não chegaram a se concretizar? - Promete sent