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Casa ou Caminho?

A palavra do momento: Descartável. As sensações e sentimentos nascem com prazo de validade, e as relações andam baseadas em pilares fragilizados pelos critérios de nossas escolhas.

Dificilmente cuidamos de nossos defeitos e vícios, e cada vez mais esperamos que o outro seja perfeito e íntegro. Nossos pecados podem ser perdoados - encontram respaldo na ânsia de viver o hoje como se o mundo fosse acabar amanhã. Por conta disso, deixamos de experimentar tudo que a vida nos oferece com a profundidade necessária para sentir. Tudo está superficial.

Não gosto de generalizar, mas o marketing pessoal nas redes sociais têm contribuído muito para que tudo isso esteja acontecendo. Vivemos através da internet tudo aquilo que gostaríamos de ser, e acabamos por esquecer quem realmente somos. Minha vó dizia que se utilizamos uma mentira muitas vezes, acabamos por acreditar nela como uma verdade. E então, nos surpreendemos com o olhar crítico do outro que revela nossa verdadeira e irrefutável essência na vida real.

Não curto dar conselhos porque me considero imperfeito demais em minha caminhada, mas li algo que acabei adaptando e considero uma boa dica: Não faça do seu coração uma estrada de passagem, transforme-o numa cabana pequena e segura no topo de uma montanha. Pequena para que você se mantenha perto das pessoas que ama. Segura para que as tempestades da vida não tenham poder sobre ela.

Tudo bem que você simule estar acostumado com a malandragem que anda contaminando todos as esferas de relações sociais, mas não permita enganar a si próprio.

Ainda acredito na verdade e na alegria. Então, seja um propagador de sua alegria e deposite um valioso crédito na verdade. O caminho que trilhamos não depende somente de nossas escolhas, mas sobretudo da forma como o percorremos.

Alexandre Barreto

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