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Decidi Te Lembrar


“Decidi te querer por querer, decidi te lembrar quantas vezes eu tenha vontade sem nada perder“*… 

É há momentos que não adianta tentar esquecer, amordaçar o que vai dentro. Só o que dá é viver cada detalhe, cada gesto, degustar cada minuto como se fosse um manjar dos deuses… E, como numa dança de sedução e de tudo o que é proibido, viver a sensualidade de cada toque roubado, cada olhar escondido, cada palavra falada ou não falada… Viver o amor, brindar a vida, o outro, o encontro – estar e fazer feliz!

É assim que acontece o amor. E tudo começa com uma decisão, que independe de qualquer outro, qualquer momento, qualquer dificuldade, qualquer impedimento, vem de dentro para uma vida, uma nova história. Dessa forma nasce o amor. Aquela sensação de sentir-se sem chão, sem medida e, ao mesmo tempo plena, segura e insegura, guerra e paz.

Dessa maneira se vive o amor que se transforma e cresce e, nesse sentido, nos faz divinos. Amar – que decisão complexa, amedrontadora, enlouquecedora, rejuvenescedora… É mesmo um milagre! E se é tudo de bom – por que não nos deixamos envolver com esse sentimento, o mais nobre de todos?

Temos medos, marcas, dúvidas, somos mais ou menos como os “gatos escaldados”, fugimos de água fria… Além disso, a própria sociedade demanda-nos cuidado. Tanto que mais do que anestesiadosm ficamos mesmo é num estado de defendidos.

Defendemo-nos de nós mesmos, dos nossos medos, nossos desejos, nossos sentimentos, nossos sonhos – evitamos tudo o que não está no script que ao longo do tempo pensamos escrever. Esquivamo-nos do outro, do amar. Da possibilidade, da oportunidade de viver uma relação seja lá como for.

A questão é, se todos pudessem experimentar a sensação de: Ok! Estou mesmo apaixonada! Não há mais o que fazer. Rendo-me ao seu amor. Ao meu amor. Ao nosso tempo – ao não tempo. Não me importa o quanto vai durar. Não conta se está certo ou errado – só o que posso fazer é te amar. Não sei se você corresponde. Não sei se está pronto, não sei se será fácil… Não sei se estou pronta. Nada mais há a fazer. A não ser amar, amar, amar. Libertar-me, libertá-lo, sorrir, abraçar, amar… Abrir as portas. O coração. Abrir para o que despertou e o que desperto – o que temos de melhor. Juntos, brilhamos mais, me sinto mais forte, mais jovem – sou coragem. Sou vida. Sou eu em você. Sinto-me por isso capaz e, mais, sinto-me amada em cada toque, ao olhar-te, ao perceber o sorrir em teus olhos. Sinto-me amada quando me beija na boca, me empresta seu cheiro, me ama com pressa… Ok. Estou assim: entregue a nós e a esse sentimento que faz tão bem… Amo você como jamais se poderia amar alguém. Amo você com todo meu ser, alma, corpo, mente, amo porque quero, escolho. Amo porque me faz bem… Ok. Em você sinto-me maravilhosamente mulher! Sou seu amor.

Lindo não é mesmo?! É sentir-se apaixonada nos faz poetas. Mais coloridos, mais alegres, mais… É para todos? Sim. Todos podemos entrar em uma relação com esse tom, essa intensidade, essa vontade… Dará certo, durará para sempre? Não há como saber ou avaliar. Vai machucar, doer, vamos sofrer, vamos ser felizes? Tampouco há como prever.

E, isso tudo é da vida. Afinal, não há como brincar com fogo sem se queimar, amar sem arriscar, viver sem experimentar. Então, que venham os amores, as paixões, os sentimentos. Que sejam fortes certos ou incertos. Que sejam avassaladores e, que ok – sim deixem marcas… Boas ou más…

Que possamos então mergulhar em cada situação que a vida nos traz. São todas presentes! Presentes que abrem nossos corações e, nos ajudam a trazer a tona tudo o que precisamos.

Então fica a pergunta – você está amando? Permitiu-se viver uma história? Está poeta por esses dias? Conte-me a sua história de amor, fique com ela! Guarde-a como se fosse uma jóia rara – ela por fim – despertou sentimentos, sensações – despertou o que levar de belo, bom e verdadeiro – o resto, bem, o resto pode até balizar escolhas futuras – não impedi-las… Escolhas, sempre escolhas.

Sandra Maia

* Trecho da música “Outraz vez”, de Roberto Carlos

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