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Medo ou Amor?

Assim como dois caminhos não podem ser seguidos ao mesmo tempo por uma única pessoa, duas escolhas sobre um mesmo tema não podem ser feitas.

Aquele que vai à guerra por sentir-se cumprindo seu dever patriota, não pode, ao mesmo tempo, ficar ao lado da esposa e de sua família.

Quem escolhe continuar, não pode, simultaneamente permanecer. A vida é uma constante troca de uma coisa por outra e é importante aceitar isso.

Quando o caminho bifurca e o destino faz uma pergunta, qual a melhor escolha?

Em qualquer espaço ou tempo, pergunte-se: “O que o amor faria?”

A resposta a esta pergunta poderá tirar-lhe do ardor de diversas consequências advindas de uma escolha mal feita. O amor cabe em qualquer lugar e hora, permanecendo como a mais acertada forma de ser e fazer feliz.

Qualquer outra escolha que não seja por amor, certamente será por medo. Você está se perguntando: “Medo?”.

Se o medo de perder o que nem é seu se chama ciúme, o amor ao direito de simplesmente escolher estar ao lado chama-se liberdade. Se o medo de admitir que você também erra chama-se rancor, a amorosa visão de que ninguém é melhor que ninguém chama-se perdão.

Se formos pensar, tudo o que não nos faz bem são medos disfarçados e tudo o que nos torna melhores e felizes é o amor.

Medo de si mesmo é não gostar-se e aí, é bom saber que você pode reinventar-se a todo momento. Amor por si mesmo é gostar-se e aí, a energia contagiante de fazer com que todos ao seu redor sintam-se atraídos por você, chama-se auto-estima.

O que você tem escolhido? Na hora de viajar, por exemplo, pergunte-se: Estou deixando de ir por medo, estou indo por medo, estou ficando por amor ou estou indo por amor? E lembre-se, amor é algo que só pode existir, quando antes existe por você próprio. Ame-se mais para amar mais.

Não ama, apenas acha que ama, aquele que diz que ama mas nem sabe o que é amor próprio.

Medo ou amor? A escolha é sua e cada segundo de sua vida lhe perguntará isso.

Victor Chaves

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