Skip to main content

Liberar a Alma


Todos nós conhecemos a história de alguém que rompeu as barreiras físicas do corpo para viver uma vida intensa. Pessoas que não se deixaram abater por suas limitações, superaram seus limites e foram além daquilo que a maioria de nós, pobres mortais, não conseguiríamos alcançar.

Muito disso tem uma íntima ligação com a disciplina, força de vontade e foco nos objetivos. Mas muito também diz respeito com a vida que cada um escolhe viver.

Quando adoecemos, percebemos nitidamente dentro de nós que podemos continuar ou desistir. Muitas vezes cansamos e percebemos que poderíamos insistir ou deixar tudo de lado. Em inúmeras situações nos decepcionamos e nos damos conta que poderíamos continuar acreditando ou deixar de crer em tudo.

O corpo tem a força, mas a alma é o combustível.

O alimento que damos pra nossa alma é a corrente elétrica que mantém tudo funcionando; Que dá o start e movimenta; Que provoca a centelha e coloca em combustão nossa chama interna. 

Um carro pode ter um motor incrível, mas sem combustível não passa de um item decorativo. Um avião pode ser o mais rápido meio de locomoção, mas sem combustível jamais deixará o chão.

Alimentar a alma é um processo diário que acontece naturalmente com gratidão, amizades sinceras, boas conversas, empenho em nossas atividades, objetivos claros, metas a serem alcançadas, viagens que nos libertem da rotina cansativa do dia a dia.

Matar nossa alma de fome é manter conversas fúteis e egoístas, relacionamentos tóxicos, trabalhar só pra ganhar dinheiro, viver sem sentido, manter diuturnamente nossa rotina casa-trabalho-faculdade-ficada-boletos.

Nosso corpo pode nos mover, mas só nossa alma é capaz de nos tirar daquele lugar que não serve mais pra nós.

Libere as âncoras da sua alma desse cais que não te serve mais e viva.


Alexandre Barreto


InstagramAlex Barreto
FacebookAlex Barreto



Comments

Popular posts from this blog

Pra Rua Me Levar* - e Divagações**

“Não vou viver como alguém que só espera um novo amor,  há outras coisas no caminho onde eu vou.  Às vezes ando só trocando passos com a solidão,  momentos que são meus e que não abro mão.” O que é o tão descrito amor e quais os sentimentos que ele envolve? As pessoas hoje em dia confundem muito – e talvez nem saibam – o que de fato representa o amor. Sem respeito, admiração, companheirismo, cumplicidade, alegria, realização e tantos outros detalhes, o amor nunca pode acontecer plenamente dentro de alguém. Por isso mesmo, o amor compreende muito mais que um único sentimento na vida das pessoas e nunca pode andar divorciado de outras ações. Existem momentos em que somos forçados a andar sozinhos - trocar passos com a solidão. Não porque queremos, mas porque não existe outra opção. Essa caminhada acaba sendo necessária, mesmo porque, a solidão não deve assustar e nem comprometer o sono: Passado algum tempo de aprendizado você passa a se conhecer, aceitar e ser feliz, independente de

O Lado Fatal

I Quando meu amado morreu, não pude acreditar: andei pelo quarto sozinha repetindo baixo: "Não acredito, não acredito." Beijei sua boca ainda morna, acarinhei seu cabelo crespo, tirei sua pesada aliança de prata com meu nome e botei no dedo. Ficou larga demais, mas mesmo assim eu uso. Muita gente veio e se foi. Olharam, me abraçaram, choraram, todos com ar de incrédula orfandade. Aquele de quem hoje falam e escrevem (ou aos poucos vão-se esquecendo) é muito menos do que este, deitado em meu coração, meu amante e meu menino ainda. II Deus (ou foi a Morte?) golpeou com sua pesada foice o coração do meu amado (não se vê a ferida, mas rasgou o meu também). Ele abriu os olhos, com ar deslumbrado, disse bem alto meu nome no quarto de hospital, e partiu. Quando se foram também os médicos e sua máquinas inúteis, ficamos sós: a Morte (ou foi Deus?) o meu amado e eu. Enterrei o rosto na curva do seu ombro como sempre fazia, disse as palavras de amor que costumávamos trocar. O silêncio

La Marioneta de Trapo

Se, por um instante, Deus se esquecesse de que sou uma marionete de trapo e me presenteasse com um pedaço de vida, possivelmente não diria tudo o que penso, mas, certamente, pensaria tudo o que digo. Daria valor às coisas, não pelo que valem, mas pelo que significam. Dormiria pouco, sonharia mais, pois sei que a cada minuto que fechamos os olhos, perdemos sessenta segundos de luz. Andaria quando os demais parassem, acordaria quando os outros dormem. Escutaria quando os outros falassem e gozaria um bom sorvete de chocolate. Se Deus me presenteasse com um pedaço de vida, vestiria simplesmente, me jogaria de bruços no solo, deixando a descoberto não apenas meu corpo, como minha alma. Deus meu, se eu tivesse um coração, escreveria meu ódio sobre o gelo e esperaria que o sol saísse. Pintaria com um sonho de Van Gogh sobre estrelas um poema de Mario Benedetti e uma canção de Serrat seria a serenata que ofereceria à Lua. Regaria as rosas com minhas lágrimas para sentir a dor dos espinhos