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A vida é complicada

Quando superamos um desafio surge logo outro em seguida. Sempre encontraremos dificuldades e provavelmente iremos falhar inúmeras vezes, mas se formos perseverantes e sinceros em nosso propósito de vida, as dificuldades não representarão um obstáculo.

Com perseverança, podemos seguir adiante sabendo que é possível nos tornarmos pessoas melhores, mais flexíveis e disponíveis para nos ajudarmos e aos outros.

"Esforço sem perseverança, cansa". O esforço deve, portanto, ser consciente. Precisamos saber para onde estamos indo. A perseverança é uma virtude, resultante do desenvolvimento da generosidade, da disciplina e da paciência.

Com a prática da generosidade, perdemos o medo de nos comunicarmos e abrirmo-nos para a vida. Com disciplina, superamos o medo de agir e nossas ações se tornarão claras. Por meio da paciência, conquistamos a segurança necessária para dar continuidade sem olhar para trás.

Não basta termos a intenção de manter uma forte força de vontade para termos perseverança. A capacidade de mantermo-nos determinados mantém-se ativa com o amadurecimento destas três habilidades.

Nunca nos cansamos de situações quando nossa energia é alegre. Se estivermos completamente abertos, plenamente despertos para a vida, nunca teremos um momento enfadonho. A perseverança está baseada na alegria de podermos olhar para dentro de nós com espaço, disposição e compaixão, isto é, aceitando o processo de mudança que nos libertará dos padrões negativos do apego, aversão, ignorância, avidez, orgulho, inveja e ciúme.

As etapas para desenvolver a perseverança são:

1. Resgatar a generosidade para conosco mesmos. Cultivar a generosidade em si mesmos é darmo-nos uma nova chance para recuperarmos nossas forças. Como, por exemplo, respondendo à seguinte pergunta: "Como posso me amar mesmo não sendo amado?" Cultive a idéia de que você é capaz de se levantar por seus próprios esforços.

2. Disciplina para cultivar a aspiração de ser quem você quer ser. Deixe-se inspirar pelo incentivo daqueles que vêem o positivo quando você perdeu a clareza. A aspiração é a base de nossa motivação. Inicialmente, precisamos despertar a vontade de sermos como quem admiramos, para então reconhecer que já possuímos o mesmo potencial que necessita ser desenvolvido. Como o arco e a flecha. A motivação é a direção para a qual dirigimos a flecha; a aspiração é a força que usamos para puxar o arco.

3. Paciência para manter a mente ligada à motivação, sem se ater a resultados imediatos. Não se deixe levar pelas preocupações que você não pode resolver agora. E procure não se expor enquanto não estiver pronto. Reconhecer nossos limites e respeitá-los assegura a nossa energia vital.

Não devemos confundir cansaço físico e mental com nossa auto-imagem. Podemos estar desanimados por falta de energia vital, mas isso não significa que perdemos a perseverança. Nesse caso, é só descansar. Alimentar-se bem e dormir, que a confiança para seguir em frente é recuperada.

Antes de qualquer expectativa de realizações rápidas, temos que refletir que ninguém é perfeito desde o começo.

Ser capaz de voltar para o zero e recomeçar pode ser muito estimulante. Pois quando estamos com a sensação de que "já sabemos tudo", paralisamos nosso aprendizado.

A sensação de estar começando algo novo é refrescante, pois há curiosidade e disposição.

Nunca desista. Às vezes, somos pegos pelo medo do desconhecido e desistimos no momento mais intenso de nossa jornada, justamente porque pressentimos que o que está para ocorrer é real.

Não basta ser inteligente. É preciso ter perseverança. Sem esforço, mesmo se tivermos sabedoria, não seremos capazes de concluir nosso crescimento. Por exemplo, se um pasto seco pega fogo, com o vento queimará toda a montanha. O fogo é a inteligência e o vento a energia da perseverança. Portanto, é preciso pôr energia na inteligência para que ela se expanda

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