Tantas fotos, sorrisos, lugares, resenhas. Poucos diálogos, verdades, abraços, companhias.
O tempo tem sido fracionado em propostas e momentos. Deixou de ser uma semente caprichosa e quase esquecida na terra que certamente iria germinar...
Difícil encontrar uma conversa que nos toque a alma, um abraço que nos leve ao céu e muito fácil encontrar gente que nos invade o corpo.
Entram na vida um do outro com a mesma velocidade com que saem. Campeões dos 100 metros rasos de compromisso. Parcerias com acordos não verbalizados e prazos de validade cada vez mais curtos.
Não temos tempo para apresentar nossa rotina e não conhecemos os hábitos do outro. Relações têm durado uma noite, algumas semanas, e quando muito, poucos meses.
Muita coisa poderia ser evitada, tantos desencontros deixariam de acontecer, as decepções seriam bem menores se a gente gastasse mais tempo percebendo no outro o que não pode ser visto. Marcamos encontros com o desencontro.
Ouvir a história, conhecer os planos e cultivar a empatia seria muito melhor pra todo mundo. Mas a verdade é que nossos olhos ainda comandam nossas escolhas, e aí, aquilo que não é visto aparece em algum momento e acena vigorosamente tentando ser notado.
Chega um momento em que os gritos de nossa essência sufocada por tentar ser o que os outros desejam, não raro, atropelam o brilho de uma relação que deveria ser leve e natural.
Se a gente passa mais tempo olhando pra tela do smartphone, fica difícil entender porque fazemos tanta questão da aparência.
A beleza que nos encanta no outro, com o tempo, serve apenas para que sejamos admirados pela conquista recente.
Todo mundo precisa de uma essência. Mas se você olhar bem de perto vai perceber que a essência não precisa da aparência.
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