Persona¹ era o nome da máscara que os atores do teatro grego usavam. Sua função era tanto dar ao ator a aparência que o papel exigia, quanto amplificar sua voz, permitindo que fosse bem ouvida pelos espectadores. A palavra é derivada do verbo personare, ou "soar através de".
Nos acostumamos a diversos moldes que nos são impostos em nosso dia a dia. Roupas, hábitos, gostos, tudo é um resultado do meio em que vivemos.
O que aconteceu no último capítulo daquela novela?
E aquele jogador que teve as roupas pessoais e o imóvel leiloado para o pagamento de dívidas?
Lembra daquela atriz que tinha um namorado 30 anos mais novo e que vivia metido em confusões?
Agora a pergunta para você: Quanto tempo e espaço você aloca em sua vida para estas futilidades?
Se você tem as respostas para as três perguntas acima, responda sinceramente: O que influencia suas relações pessoais hoje em dia?
Somos massacrados pelos meios de comunicação sobre as novas "tendências" comportamentais e acabamos entrando na onda para que possamos fazer parte dos grupos socialmente aceitos.
Há pouco tempo ouvi as reclamações de uma amiga que confidenciou sofrer um bombardeio de rótulos a respeito de seu comportamento. "Impaciente" foi um dos atributos apontados para sua postura que, ao meu entender, beirava a desistência em encontrar alguém com quem tivesse afinidades. Mas o que percebia-se na atitude dela era um baixo nível de tolerância ao alto grau de futilidades daqueles que a assediavam - ou mesmo opinavam a respeito do seu comportamento.
Mas até que ponto estamos dispostos a ceder?
Muito se fala na banalidade dos relacionamentos hoje em dia: tudo é descartável; o desrespeito com o sentimento alheio; a velocidade como tudo acontece. Não tenho conhecimento de causa, mas acredito que o grande erro está no momento da escolha. Usamos argumentos equivocados para deixar alguém ocupar um espaço muito importante em nossas vidas, e quando nos damos conta, percebemos a manutenção de um relacionamento por conta de diversos motivos, menos aquele que realmente nos importa dentro de nossa própria escala de valores que foi deturpada pelas opiniões alheias.
As expectativas geradas a respeito do encontro da pessoa "ideal" nos cega. Cada dia exigimos menos para obtermos mais chances de encontrar "aquela" pessoa. E por nos sentirmos sozinhos, nossa visão vai sofrendo os efeitos da miopia e limitando cada vez mais nosso espaço. Esquecemos que antes de sermos parte de uma relação, somos indivíduos únicos buscando o crescimento baseado em experiências particulares. Não existe a "outra metade da laranja" para que sejamos completos. Deixe essa verdade para aquele cantor² que já se casou algumas vezes. Aliás, você sabe quantas?
Por isso, valorize cada fase de sua vida. Curta seus relacionamentos mas aprenda a lidar com sua solidão e individualidade. Comece a ouvir sua própria voz e estimule o diálogo com sua essência nestes momentos. Acredito que esta seja uma excelente preparação para que você esteja pronto para conhecer outra pessoa.
Afinal, você conhece a si mesmo?
Alexandre Barreto
¹ Fonte Wikipédia, a enciclopédia livre
P.S.: Um pouco de futilidade para aqueles que conseguiram chegar ao final desse texto sem dormir:
² Fábio Correa Ayrosa Galvão, conhecido como Fábio Jr., casou-se - oficialmente - por 6 vezes até a publicação deste post.
Créditos: Obrigado, Thais, pelas conversas que ajudaram na confecção desse texto e a autorização para publicação.
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