Fui eu quem deixei de te admirar e percebi que você é só mais uma pessoa comum nesse mundão vazio.
Fui eu quem escolhi não participar de joguinhos, não te transformar num contatinho, não pisar nos teus sentimentos.
Fui eu quem reconheci suas frases como discursos prontos, copiados e colados de pessoas que não se preocupam com envolvimento, querem só vaidades.
Fui eu quem percebi que você não precisa de mim, quer somente preencher um espaço vazio na sua agenda com qualquer coisa que te faça esquecer o fracasso que se tornou a sua vida.
Fui eu quem notou que você não quer crescer, se reinventar, começar do zero, derrotar os seus medos e fracassos, se tornar uma nova e talvez melhor pessoa.
Fui eu quem viajei imaginando que o seu ciúme era uma prova ingênua de amor, mas que na verdade era a tentativa da posse em papel passado da minha vida, meus gostos, meus olhares.
Fui eu quem esbarrei diversas vezes em suas desculpas esfarrapadas para justificar suas atitudes injustificáveis.
O problema sou eu... Na verdade eu fui o problema, porque agora eu sou a sua solução.
Sou a sua solução porque você percebe que ninguém mais te diz a verdade. Que os relacionamentos atuais são como joguinhos com frases e atitudes aquecidas em micro-ondas. Acordou hoje e se deu conta que você é só mais um peão no tabuleiro de xadrez dos outros. Percebeu que a beleza atrai, mas que ninguém se importa com o que você pensa e sente. Notou de repente que a única pessoa que se importa hoje com você é o reflexo do que vê no espelho.
Ninguém pensa em você no meio do dia, ninguém se preocupa com os seus planos, ninguém te lembra de beber água, todos estão preocupados com suas vidas. Ninguém toca sua alma como eu toquei e ninguém conhece tão bem as curvas do seu corpo como eu, mas você fez questão de ser tornar aquilo que mais temia: Um passatempo.
O problema não é você, o problema sou eu, porque quando te vejo, enxergo só mais uma pessoa dentro de um vagão lotado.
E se a vida é uma viagem de trem, a única coisa que tenho pra te dizer é "Com licença."
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