Por que para alguns é tão fácil construir e reconstruir a vida amorosa, entrar e sair de relacionamentos, e para outros isso é tão difícil, por vezes impossível?
Será que, ao longo das nossas vidas, realmente investimos no aprendizado da arte de amar? Quando estamos amando nos permitimos viver ou continuamos com o freio de mão puxado esperando a casa cair??
Contribuimos para que tudo fique cada vez melhor ou provocamos o que menos queremos - o fim? Ficamos porque encontramos o amor ou porque estamos dependentes? Saímos porque não faz bem ou por medo de nos aprisionar, nos entregar?
Quanto mais se passam os anos, mais vejo que há muito a aprender sobre essa arte. E para começar, entender os diferentes tipos de amor - dos saudáveis aos doentios - faz uma grande diferença. Compreender os atalhos, as distorções, as neuroses nos faz mais realistas sobre o que queremos e não queremos. O que podemos ou não incluir nas nossas vidas faz-nos ver com clareza a diferença entre querer e precisar... Sim, porque, por vezes, queremos algo que não precisamos...
Você consegue se lembrar de algo, alguma história, algum momento em que deixou de lado a intuição e baseou-se no entorno, no que os outros acham, no que os outros queriam para você?
Grande parte das nossas decisões tem como base o medo, a ilusão, o ego, a vaidade...E nesses casos, infelizmente, não há sustentação para a construção de qualquer vínculo duradouro.
Exercer o amor - colocá-lo em prática - é mesmo a única forma de aprendizado. O caminhar, você sabe, se faz caminhando. Então fica aqui mais um convite à reflexão: Será que temos consciência da maneira como escolhemos nos relacionar? Está claro, dentro da nossa percepção, nossos padrões de comportamento e escolha? Vale analisar com carinho e, para tanto, basta olhar para trás e traçar um fio com as histórias experimentadas.
Qual tipo de amor que damos? Qual tipo de amor recebemos de volta? O que provocamos no outro? O que fazemos conosco? Estamos felizes? Vivemos a nossa verdade nos permitimos ser quem somos? Estamos vivendo um amor simbiótico daqueles que nos tiram o fôlego? Vivemos uma história de possessividade, com base em dor? Conseguimos ultrapassar tudo isso e, nos entregamos a relações saudáveis nas quais há troca, respeito, gentileza, decisão?
Qual escolha? Ela impacta diretamente na nosa qualidade de vida. E, quando escuto histórias de casais que vivem a relação com base numa violência sem fim, me pergunto: Será mesmo essa a relação? É dessa forma que o amor acontece?
Não creio.Toda vez que ouço esses relatos sempre me vem à cabeça uma questão interna: a falta de autoestima, de autopercepção. Lembra-se da frase "ama ao outro como ama a ti mesmo"?
O traço de uma relação saudável começa na forma como nos relacionamos conosco, com nossos sonhos, essência e valores.
Sandra Maia
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