Então, sem perceber, chega o tempo em que a gente vai além do aprender, descobrimos o aceitar.
A gente aceita que não pode mudar o mundo, que nossos desejos e vontades, por mais legítimos que sejam, possuem limites e não merecem a aprovação unânime.
A gente aceita que o tempo não vai esperar enquanto a gente para pra reclamar ou perde tempo na confusão dos caminhos da vida.
A gente aceita que o amor que desejamos não é o que vamos ter: Esses amores são platônicos e só existem nos filmes.
A gente aceita que poucas coisas estão debaixo do nosso controle e que perder o controle é também uma forma sensata de se achar.
Quando a gente aceita e entende tudo isso, passamos a enxergar a vida de outra forma.
Percebemos que ninguém passa por nós sem motivo.
Que aquilo que terminou, de alguma forma, cumpriu sua missão.
Que nossa vida tem um propósito...
O tempo também nos traz discernimento para perceber que aceitar não significa abrir mão de nossas vontades, sonhos, desejos e projetos.
Aceitar não significa acatar passiva e aleatoriamente as escolhas alheias.
Aceitar não significa interpretar no palco da vida o papel de coadjuvante.
Aceitar é aproveitar com sabedoria o que temos, também aquilo que colhemos, para alcançar aquilo que buscamos.
Na aceitação aprendemos a usar tudo aquilo que está ao nosso alcance para chegar ao que sonhamos.
Aceitação é o passo que damos pra frente,
desprovidos da certeza da direção correta,
mas cientes da proximidade com nossos objetivos.
Aceitação é um processo interno, silencioso e passa necessariamente pelo conhecimento de si mesmo.
Não existe aceitação no conselho do outro - isso é imposição ou sugestão disfarçada na pele de um conselho e se baseia na experiência daqueles que trilham caminhos diferentes dos nossos.
Conselho é usar um sapato que não é o nosso número, não tem nossa cor preferida e muitas vezes nos provoca calos na alma.
Foi mais um ano de vida. Um ano de aceitação e aprendizado.
Ano de despedida da vaidade, da libertação dos desejos que carregava e da manutenção do básico e necessário.
Ano de prática do desapego e fé na vida sustentada no espetáculo do invisível, inusitado e inimaginável.
Ano de gratidão, reencontro e reunião com as pessoas que realmente importam.
Ano pra ter a certeza de que é aos poucos que a vida vai acontecendo.
Gratidão é o que tem pra hoje - e sempre!
Felicidade, se precisar sair de novo, por favor, não se demore!
Obrigado, Deus. Sem Ti nada disso seria possível. Tua Força me sustenta.
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