Tenho carregado dentro de mim uma enorme vontade de ser. Ser alguém para poder dar e só então, começar de novo. Imagino uma vela que protege com sua dura cera o que tem de mais precioso: o pavio - responsável pelo dar. Mesmo com toda dureza, a cera tem sua primordial função de proteger o pavio e ir derretendo-se aos poucos Derreter para que a luz possa então iluminar lugares escuros, aquecer lugares frios; ser para depois, dar. A cera em si não tem beleza. O pavio em si não tem utilidade. A vela em si é só um objeto, se não existe alguém para acendê-la Mas para que isso tudo aconteça, para que a seqüência tenha a ordem adequada, preciso antes de mais nada: Ser... Ser é resgatar alguém de quem tenho saudades. Essencialmente, descolar a máscara que coloquei para me tornar adequado ao ambiente. É relembrar minhas próprias vontades, meus próprios sonhos, meus próprios gostos e meu próprio nome. Ser para depois, dar. Voltar a acreditar para depois ...
Sofro de sérios poemas mentais.