Skip to main content

Posts

Showing posts from 2017

Sobre o Essencial

A gente nasce morrendo um pouquinho a cada dia. Quando somos novos a ciência defende a ideia que estamos em plena transformação, amadurecemos, temos um ápice e só depois de um certo tempo biológico vem a crença que estamos envelhecendo. Mas quem define o cedo, o ápice, ou o tarde em nossas vidas?!? Tenho visto muita gente preocupada em viver bem cuidando do corpo. Evitar o máximo possível o envelhecimento é a meta. Na maior parte do tempo seguem receitas prontas: Trabalho, academia, balada, relacionamento e sucesso - em tudo. Mas quem gerencia isso tudo dentro da gente?!? Quem define o que é a prioridade, o importante, o descartável e o essencial?!? Sem perceber entregamos esses valores na mão do coletivo. Seguimos a maioria e com isso temos a impressão que somos aceitos no grupo, numa sociedade que é formada por indivíduos que correm o tempo todo atrás daquilo que não sabem bem o que é, a cor, a forma ou a essência. A gente se entorpece com exercícios físicos, com ocu

A Pessoa Ideal

Numa conversa informal surgiu a pergunta: Como encontrar a pessoa ideal? Não tenho a menor ideia de quem seja a pessoa ideal pra mim, quem dirá pros outros. A cada novo dia somos uma nova pessoa, temos novos sonhos, deixamos alguns projetos pra trás, adquirimos novos valores e por aí vai. Ter a receita da pessoa ideal seria como ter a resposta pronta para a pergunta que ainda não foi feita. Seria criar uma lista de atributos e promover indefinidas entrevistas até encontrar a tão sonhada companhia. Isso quer dizer que não existe aquela metade da laranja? Também não sou tão radical assim. Se você encontra alguém com quem pode sonhar junto, conversar sobre amenidades, confiar suas inseguranças, rir e chorar, e principalmente, ter o silêncio esporadicamente como companheiro da dupla, há fortes indícios que essa seja uma boa pessoa pra você. Respeito, verdade, carinho, cuidado... Coisas assim são tão básicas que nem menciono no pacote. Diferencial mesmo é deixar p

O MICHELANGELO DE CADA UM

Escultura não era algo que me chamava atenção na adolescência, até que um dia tomei conhecimento da célebre resposta que Michelangelo deu a alguém que lhe perguntou como fazia para criar obras tão sublimes como, por exemplo, o Davi. “É simples, basta pegar o martelo e o cinzel e tirar do mármore tudo o que não interessa”. E dessa forma genial ele explicou que escultura é a arte de retirar excessos até que libertemos o que dentro se esconde. A partir daí, comecei a dar um valor extraordinário às esculturas, a enxergá-las como o resultado de um trabalho minucioso de libertação. Toda escultura nasceu de uma matéria bruta, até ter sua essência revelada. Uma coisa puxa a outra: o que é um ser humano, senão matéria bruta a ser esculpida? Passamos a vida tentando nos livrar dos excessos que escondem o que temos de mais belo. Fico me perguntando quem seria nosso escultor. Uma turma vai reivindicar que é Deus, mas por mais que Ele ande com a reputação em alta, discordo. Tampouco creio qu