Era um sábado à tarde. Eu estava num bairro estranho, com um endereço anotado num pedaço de papel, dirigindo meu carro e ao mesmo tempo cuidando as placas de sinalização. Parecia uma barata tonta, não encontrava a rua que queria. Nisso o sinal fechou e eu parei atrás de um caminhão, em cujo pára-choque estava escrito: "Não me siga que eu também estou perdido". Comecei a rir da coincidência, tive vontade de descer e ir até a boléia abraçar meu companheiro de infortúnio. Somos dois, meu irmão. Aliás, somos mais do que dois. Somos muitos. Somos todos. Para que lado eu dobro se quiser sair deste engarrafamento de emoções, se quiser ter um relacionamento único e estável, um amor que me resgate dos arranques e das freadas súbitas deste meu coração mal-regulado? Às vezes dá vontade de encostar o carro e fazer este tipo de pergunta para o casalzinho apaixonado que está aos beijos na parada de ônibus. Devo seguir em frente, sempre pelo mesmo caminho? Tenho vontade de entrar numas r...
Sofro de sérios poemas mentais.